Sono
- Dr. Eduardo Arantes
- 7 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Falamos muito de atividade física, alimentação saudável, tabagismo e estresse. Você já lei algumas dicas sobre estes assuntos. Sempre nos esquecemos do sono. Seria o pilar esquecido da qualidade de vida e do bem-estar?
A falta de um sono regular e suficiente, pode provocar doenças cardiovasculares, metabólicas, como o diabetes, além de alterações do sistema imunológico. Consequentemente, você ficará mais susceptível a resfriados, dor de garganta e gripes. Também para canceres? Acredito que seja possível, bem possível. Insônia, além de muito chata, é um distúrbio que aumenta do risco de morte, depressão, obesidade, dislipidemia, pressão alta e ansiedade.
Há 20 milhões de brasileiros com dificuldade para dormir e acredite, 70% tomam medicamento para dormir.
Vamos falar um pouco mais da relação entre sono e diabetes. Cientistas britânicos concluíram que pessoas que dormem menos de seis horas por dia têm maior probabilidade de ter diabetes e pré-diabetes. Mais de 10 horas também. Se você dorme pouco, come mais e se dorme muito, queima menos energia.
Outra informação importante, a falta de sono altera os níveis de um hormônio chamado leptina, ligado a sensação de saciedade e aumenta a grelina, hormônio ligado ao apetite. Menos sono significa que você demorará a se sentir saciado e com mais fome. Vai engordar!
Dica: se você toma remédios para dormir, converse com seu médico, este sono sintético, também não faz bem.
Mais uma grande novidade: o cérebro pesa quase 1,5Kg no adulto, ou seja, 2% da massa corporal, entretanto as células cerebrais consomem de 20 a 30% da energia consumida pelo corpo humano. Neste processo complexo são geradas proteínas e restos biológicos. Estas substancias poderiam estar relacionadas a doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. E advinha o que seria o “canal de esgoto” do cérebro? O sono!
Dica: durma a quantidade de horas que o satisfaça, mesmo que isto implique a deitar mais cedo. Se acordar disposto, significa que a quantidade e qualidade do sono foram suficientes.
Dica: para adultos entre 18 e 64 anos o ideal é dormir entre 7 a 9 horas.
A prevalência de insônia crônica entre os adultos varia de 3,9% a 22%, a depender da definição adotada. Uma das classificações, a ICSD-3 define como insônia crônica a condição que se instala quando surge um ou mais dos seguintes problemas, pelo menos três vezes por semana, por pelo menos três meses:
• Dificuldade para iniciar o sono.
• Dificuldade para mantê-lo.
• Acordar mais cedo do que o desejado.
• Resistência para deitar num horário razoável.
• Dificuldade para dormir sem um parente ou um cuidador.
Quando a duração desses transtornos é menor do que três meses, a insônia é classificada como de curta duração. Ela é considerada crônica quando existe dificuldade para dormir por, no mínimo, três vezes por semana e, pelo menos, durante três meses consecutivos.
Dica: compense uma noite mal dormida por outra com mais qualidade de sono.
A insônia pode ser causada pelo envelhecimento, depressão, má higiene do sono (veja a seguir), horários irregulares de dormir e acordar e pode ocorrer em mulheres pós-menopausa.
Dica: Não há contraindicação de praticar de exercícios à noite, mesmo que vigorosos.
Para terminar, vamos falar da higiene do sono. Quarto silencioso, na penumbra, com boa ventilação e sem barulho. Estabeleça horários para dormir e acordar, evite substancias estimulantes como o café, chá, refrigerantes e bebidas alcoólicas.
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