Vacinas Contra a Dengue: Proteção em Múltiplas Frentes

Assisto a "endemias" de Dengue há mais de 50 anos.

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que representa um grave problema de saúde pública em países tropicais como o Brasil. Com quatro sorotipos distintos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), a infecção pode variar de formas leves a quadros graves, como a dengue hemorrágica. A vacinação surge como uma estratégia fundamental para reduzir a carga da doença. Veja as vacinas disponíveis até a publicação deste artigo:

Qdenga: Proteção Ampla e Inovadora

A vacina Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos, independentemente de terem tido dengue anteriormente. Ela é composta por vírus atenuados dos quatro sorotipos e segue um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas (0 e 3 meses).

Essa vacina tem como diferencial a possibilidade de ser aplicada sem necessidade de teste sorológico prévio, o que facilita sua implementação em campanhas públicas e clínicas privadas.

Dengvaxia: Proteção Condicionada ao Histórico de Infecção

A vacina Dengvaxia, por outro lado, é indicada para pessoas de 9 a 45 anos que já tiveram dengue anteriormente. Essa condição é essencial, pois estudos mostraram que a aplicação em indivíduos soronegativos pode aumentar o risco de formas graves da doença.

O esquema vacinal consiste em três doses, administradas por via subcutânea, com intervalos de seis meses entre cada aplicação.

Comparativo entre Qdenga e Dengvaxia

Característica	Qdenga	Dengvaxia
Faixa etária	4 a 60 anos	9 a 45 anos
Sorotipos cobertos	DENV-1, 2, 3 e 4 (atenuados)	DENV-1, 2, 3 e 4 (atenuados)
Histórico de dengue	Não exige	Exige infecção prévia
Esquema vacinal	2 doses (0 e 3 meses)	3 doses (intervalo de 6 meses)
Via de administração	Intramuscular	Subcutânea

Vacinação como Ferramenta de Controle

A introdução de vacinas contra a dengue representa um avanço significativo no controle da doença. A escolha entre Qdenga e Dengvaxia depende de fatores como idade, histórico de infecção e contexto epidemiológico. Ambas são ferramentas valiosas, mas devem ser utilizadas com critério e acompanhamento médico.

As vacinas são de vírus atenuado. Consulte seu médico, pois não pode ser aplicado em gestantes, lactantes, doença aguda ou febril moderada/grave e imuno comprometidos.